sexta-feira, 2 de julho de 2010

Contra Gana, Uruguai busca feito que não atinge desde Copa de 70

Última vez em que bicampeã mundial chegou à semifinal foi no ano do tri do Brasil. Time de Forlán e Suárez deve ter duas mudanças


Único remanescente do grupo A com chance de título mundial, o Uruguai volta a campo nesta sexta-feira pelas quartas de finais da Copa 2010. A próxima adversária na luta pelo tricampeonato é Gana, no estádio Soccer City, em Joanesburgo, às 15h30 (horário de Brasília). Se vencer e alcançar as semifinais, os uruguaios repetem uma marca que o país obteve pela última vez em 1970, no México, quando foi derrotado pelo Brasil, que acabaria levando o tri naquela ocasião. Curiosamente, Uruguai e Gana nunca se enfrentaram por torneios oficiais ou mesmo amistosos. Quem se sobressair no Soccer City enfrentará Brasil ou Holanda em uma das semis.

Com mais tradição do que o rival africano (está na décima Copa, ao passo que os ganenses jogam a segunda), que nunca havia ido tão longe em uma Copa do Mundo, a seleção "Celeste" se ancora no bom desempenho de Diego Forlán e Luis Suárez no ataque para almejar a vitória. A dupla marcou cinco dos seis gols do Uruguai na África do Sul. A defesa também pode se orgulhar, pois sofreu apenas um gol em quatro partidas disputadas, justamente na vitória por 2 a 1 sobre a Coreia do Sul, nas oitavas de finais.
O técnico Oscar Tabárez sinalizou duas alterações na formação titular em relação ao jogo contra os asiáticos. Como previsto, o zagueiro Diego Godín está fora em razão de dores musculares na coxa esquerda. No seu lugar, entra Mauricio Victorino, para compor a zaga ao lado do capitão Lugano, ex-São Paulo. Já o meio-campista Álvaro Pereira perdeu seu lugar para Álvaro Fernandez por opção do treinador. Fernandez possui características mais ofensivas. Aliás, Tabárez não esconde que seu time terá uma postura voltada para o ataque.
"Um jogo de quartas de final de uma Copa é como uma decisão. E para ter chance de ganhá-lo você tem que marcar gols", afirmou o técnico, que disputa seu segundo Mundial à frente da seleção uruguaia - em 1990, na Itália, levou-a às oitavas de final.

Motivação pelo ineditismo
Além de buscar uma inédita semifinal para seu recente retrospecto em Copas do Mundo, Gana tem uma motivação ainda maior para tentar bater o Uruguai: nunca uma seleção africana ficou entre as quatro melhores de um Mundial. Os melhores resultados do continente são três presenças em quartas de finais, com Camarões (1990), Senegal (2002) e, neste ano, Gana. Apesar da Copa 2010 ser realizada pela primeira vez em território africano, apenas os ganenses conseguiram superar a fase inicial, de grupos.
A grande esperança de gols dos africanos é Asamoah Gyan, que defende o Rennes, da França, e neste Mundial marcou três dos quatro gols de sua seleção, ou seja, 75%. Pelo objetivo de ser o primeiro artilheiro de uma Copa nascido no continente, o atacante não esconde a confiança para ser um dos destaques do torneio. Entretanto, Gana não poderá jogar com força máxima, já que o atacante André Ayew, filho do ídolo Abedi Pelé, e o zagueiro Jonathan Mensah, estão suspensos pelo acúmulo de dois cartões amarelos na emocionante partida das oitavas de finais contra os Estados Unidos, que acabou 2 a 1, após bela atuação do goleiro Kingson.
Sem definir os substitutos de Ayew e Mensah, o técnico sérvio Milovan Rajevac ainda tem de esperar a palavra do departamento médico para definir os titulares, pois o desgaste físico pode tirar de ação algumas peças. O mais provável é que Addy e Appiah entrem na formação inicial. O discurso do treinador é humilde às vésperas de mais uma decisão, pregando cuidado com o Uruguai. "É um adversário que merece respeito por sua história, por seu futebol e porque a presença de quatro seleções latino-americanas no torneio indica que o futebol de lá é extraordinariamente bom", disse Rajevac.
Nesta quinta-feira, surgiu a especulação de que o árbitro da partida, o português Olegário Benquerença, não tinha sido designado inicialmente para o duelo. Segundo o boato, o inglês Howard Webb seria o responsável pela arbitragem, mas isso gerou temores no país sul-americano de uma possível represália do juiz pela atuação do uruguaio Jorge Larrionda no confronto entre Alemanha e Inglaterra nas oitavas, quando um gol legal dos ingleses, após a bola ter cruzado a linha do gol, não foi validado. Diante disso, a federação uruguaia teria pedido para Fifa trocar o apitador da partida. Porém, a entidade negou a veracidade desta alegação.

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