Com dois gols de Jonas, Brasil bate Egito e encerra 2011 com o pé direito

A Seleção Brasileira encerrou a temporada 2011 com o pé direito. Com dois gols de Jonas, a equipe comandada por Mano Menezes venceu o Egito por 2 a 0, no Al Rayyan Stadium, em Doha, no Qatar. Além do triunfo, o time canarinho mostrou a evolução tão esperada pela comissão técnica e abriu um leque de opções para futuras convocações. No gol, na lateral esquerda, no meio-campo... Foram muitos os testes que surtiram efeito.
O triunfo desta segunda-feira foi o quarto consecutivo da Seleção Brasileira em equipes comandada pelo americano Bob Bradley, que estreou pelo Egito após passagem pelos Estados Unidos. Sob a batuta de Mano Menezes, o time canarinho já disputou 20 partidas desde que o comandante assumiu o cargo em agosto de 2010. Foram 12 vitórias, cinco empates e três derrotas.
A Seleção só volta a jogar em fevereiro de 2012. O adversário e o local do confronto ainda não foram definidos pela CBF. Mas, de acordo com o site da Fifa, o duelo será contra o mesmo Egito, no Cairo. Certo mesmo é o amistoso contra a Suécia, logo após as Olimpíadas de Londres, no dia 15 de agosto.

Jonas comemora gol do Brasil contra o Egito (Foto: Reuters)

Bruno Cesar na partida do Brasil contra o Egito (Foto: Mowa Press)

Empurrado pela torcida que lotou o Al Rayyan Stadium, o Egito partiu para cima da Seleção Brasileira em busca da abertura do placar logo de cara. E a primeira chance clara foi justamente dos africanos. Aos cinco, El Mohamadi cobrou falta da entrada da área e obrigou Diego Alves a fazer uma grande defesa. E os "donos da casa" ficaram por aí.
Enquanto os torcedores faziam a festa na arquibancada, a Seleção Brasileira passou a tomar conta do jogo, a tocar a bola e não deixar o Egito tomar a iniciativa da partida. A partir dos 20 minutos, os africanos não viam a cor da bola. O time canarinho então passou a chegar com perigo à meta de El Shanawi. Na primeira delas, aos 26, Hulk recebeu ótimo lançamento, matou no peito, ganhou do zagueiro e soltou a bomba. A bola passou por cima do travessão.
O toque da bola da Seleção Brasileira começou a aparecer e outras oportunidades também. Aos 31, Hulk deu um belo passe de calcanhar para Alex Sandro, que estreou bem com a amarelinha. O lateral-esquerdo deu um corte no adversário e bateu colocado para ótima defesa de El Shawani. O desempenho da equipe cresceu ainda mais, Bruno César comandava as ações pelo meio-campo, distribuindo muito bem a bola pelos lados do campo.
E foi justamente em uma recuperação de bola após cobrança de escanteio que surgiu o gol do Brasil, aos 39. Alex Sandro virou o jogo da esquerda para a direita e colocou a bola no pé de Bruno César. O meia rolou para Hulk na ponta direita. Dentro da área, o atacante cruzou para Jonas, que só teve o trabalho de escorar para abrir o marcador em Doha.
Jonas marca mais um e faz jus à camisa 9 da Seleção Brasileira
Na etapa final, o panorama do jogo foi o mesmo. O Brasil marcando forte e saindo rápido para o ataque. O segundo gol não demorou a sair. Aos 13, Bruno César cobrou falta na cabeça de Fernandinho, que deu um leve toque. El Shanawi deu rebote e Jonas fez mais um. Com a vantagem no marcador, o time canarinho passou a jogar ainda mais à vontade.
Logo após o segundo gol da Seleção, Diego Alves mostrou mais uma vez que tem condições de se tornar a sombra de Julio César e Jefferson. Aos 14, El Mohamadi chutou colocado e o arqueiro fez uma linda defesa, espalmando a bola para escanteio. E o Egito parou por aí nos 45 minutos finais do duelo em Doha.
Por outro lado, a Seleção continuou buscando o gol. E o terceiro tento poderia ter saído em contra-ataque puxado por Hulk. Aos 16, o atacante do Porto passou por dois adversários e deu uma passe açucarado para Hernanes. O meia entrou completamente sozinho e bateu cruzado. A bola passou à direita do gol do Egito.
A partir dos 28, Mano começou a realizar mudanças na Seleção. Fernadinho, Bruno César, Jonas e Hulk saíram para as entradas de Elias, Willian, Kleber e Dudu. No fim, enquanto os egípcios que lotaram o Al Rayyan Stadium ficaram decepcionados, os brasileiros encerraram a temporada 2011 com a sensação do dever cumprido. 
BRASIL 2 X 0 EGITO
Diego Alves, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Alex Sandro; Lucas Leiva, Fernandinho (Elias), Hernanes e Bruno César (Willian); Jonas (Kleber) e Hulk (Dudu).El Shawani, El Mohamadi, Hegazi, Gomaa e Nassef; Fathi, Rabo (Hassan), Ghaly (Salah) e Elrazak (Saeed); Zidan (Soleman) e Methab (El Gabas).
Técnico: Mano MenezesTécnico: Bob Bradley
Gols: Jonas, aos 39 minutos do primeiro tempo; Jonas, aos 13 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Banjar Al Dosari (Qatar)
Auxiliares: Mohammed Dharman (Qatar) e Hassan Al-Thawadi (Qatar)
Local: Al Rayyan Stadium, em Doha (Qatar)
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Brasil vence Gabão em amistoso

David Luiz disputa a bola com Aubameyang durante o amistoso do Brasil com Gabão - Foto: AFP
RIO - Sobrou lama e faltou futebol. Em um amistoso disputado em um gramado horroroso, digno dos piores campos de pelada, a seleção brasileira derrotou Gabão por 2 a 0 na tarde desta quinta-feira, em Libreville. Sandro e Hernanes marcaram, ainda no primeiro tempo, os gols da vitória.
É difícil lembrar de um jogo recente em que a seleção brasileira tenha atuado em um gramado tão ruim. O campo mais parecia um pasto, incondizente com um amistoso da seleção pentacampeã do mundo.
Além de brigar com o gramado, o Brasil ainda precisou lidar com algumas entradas fortes dos jogadores de Gabão, que não estavam nem aí se o jogo era um simples amistoso.
Com a bola rolando, o Brasil fez valer sua superioridade técnica e abriu 2 a 0 no primeiro tempo. Aos 11 minutos, Sandro marcou de sola após rebote do goleiro em lance confuso na área. Aos 34, Jonas soltou uma bomba de fora da área, o goleiro deu rebote novamente e Hernanes, de cabeça, mergulhou para ampliar.
O ritmo caiu no segundo tempo. Mano Menezes passou a mexer no time, dando chances a Alex Sandro, Lucas Leiva, Kleber, William, Thiago Silva e Dudu. A melhor chance do Brasil surgiu aos 24 minutos, em uma bela jogada. Hulk recebeu de Hernanes e cruzou bonito para Bruno César, que pegou de voleio. O goleiro Ebang fez boa defesa, evitando um golaço.
A seleção brasileira volta a campo na segunda-feira, contra Egito, em Doha, no Catar.
GABÃO 0 x 2 BRASIL
Local: Estádio D'Angondjé, Libreville (GAB)
Árbitro: Victor Hlungwani (AFS)
Auxiliares: Sandile Dilikane (AFS) e Moshidi Johannes (AFS)
Cartões amarelos: Moussono (GAB), Mbanagoye (GAB); Adriano (BRA)
Gols: Sandro 12'/1ºT (0-1), Hernanes 34'/1ºT (0-2)
GABÃO: Ebang, Moundounga, Ebanega, Manga e Moussono; Palun (Moubamba 33'/2ºT), Biyogho (Mbanagoye 41'/2ºT), Madinda e Moulounghi (Nguema 28'/2ºT); Meyé (Cousin 17'/2ºT) e Aubameyang. Técnico: Gernot Rohr.
BRASIL: Diego Alves, Fábio (Alex Sandro, intervalo), David Luiz, Luisão e Adriano; Elias (Thiago Silva 41'/2ºT), Sandro (Lucas Leiva 12'/2ºT), Hernanes e Bruno César (William 26'/2ºT); Jonas (Dudu 31'/2ºT) e Hulk (Kléber 25'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.
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Kaká e Marcelo estão fora de jogos contra Gabão e Egito

O meio-campo Kaká e o lateral Marcelo, ambos do Real Madrid, foram cortados neste domingo por lesão dos amistosos da seleção brasileira contra o Gabão, na próxima quinta-feira, e o Egito, no dia 14 de novembro.

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Cidades-Sedes : Desafio Para São Paulo


São Paulo é a maior cidade do Brasil, da América do Sul e de todo o hemisfério sul, além de ser considerada a 19ª cidade mais rica do mundo, e a 14ª mais globalizada. Fundada em 1554, a cidade somente desenvolveu-se no século XIX, a partir da economia cafeeira, tornando-se o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. São Paulo integra a Região Metropolitana, que inclui outros importantes municípios, como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Osasco e Guarulhos. Hoje a região passa por um gigantesco processo de conurbação com as regiões de Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos, formando uma mancha contínua de urbanização pontilhada por algumas reservas florestais.
Tudo na capital paulistana é superlativo, desde sua população até a arrecadação, o que faz com que o município detenha, sozinho,12,26% do PIB brasileiro. A outra face da moeda são os problemas urbanos: congestionamentos, saturação do transporte público, degradação do centro histórico, poluição do ar e dos rios e ocupação desordenada das áreas de mananciais. Apesar disso, por sua influência política e econômica, a cidade é uma das cotadas para receber a partida inaugural da Copa de 2014.


O estádio da Copa

Embora existam propostas para a construção de um novo estádio em São Paulo, especialmente para a Copa de 2014, o Cícero Pompeu de Toledo, propriedade do São Paulo Futebol Clube, no Morumbi, é o mais indicado para sediar os jogos do evento, já que poderia abrigar com facilidade mais de 60 mil torcedores dentro dos padrões de conforto da Copa. O projeto de adequação do Morumbi às exigências da Fifa já está sendo elaborado e, dado o potencial esportivo e de espetáculos da cidade, poderá ser inteiramente empreendido pelo setor privado.
Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi (crédito: Alexandre Tokitaka / Pulsar)

No entanto, os maiores problemas estão do lado de fora do estádio, nas dificuldades de acesso e estacionamento que hoje afetam a cidade de São Paulo. Para atender às necessidades da Copa, o projeto de reforma do Morumbi prevê a construção de um edifício para 4.800 carros. Mas, como a obra terá que ser construida em área pública, depende de concessão da prefeitura, mediante licitação. Uma alternativa seria a construção de um edifício-garagem junto à nova estação do metrô, no bairro de Vila Sônia, funcionando como ponto de transferência. São Paulo tem uma grande experiência no planejamento e operação de trânsito para grandes eventos, a partir da organização para a Fórmula 1 e esse modelo está sendo incorporado pela Fifa. O desafio é equacionar a questão do estacionamento, dentro de uma política mais geral e não apenas de atendimento aos jogos e eventos realizados no Morumbi.

Infraestrutura para o turismo

Estima-se que a maioria dos 1,6 milhão de turistas esperados para a Copa de 2014 passem pela cidade, seja para visitar seus museus, conhecer sua gastronomia ou simplesmente para chegar a outros pontos de interesse no país. Além disso, perto de 15 mil jornalistas deverão vir à cidade, que provavelmente centralizará todas as operações da mídia mundial.

Na visão das autoridades, os 46 mil apartamentos da rede hoteleira paulistana são mais do que suficientes para atender a essa demanda. Mas, o grande desafio do setor é investir em treinamento e formação de profissionais de atendimento em hotéis, bares e restaurantes para recepcionar os turistas estrangeiros.

Mobilidade urbana

São Paulo possui uma frota de aproximadamente 6 milhões de veículos, entre automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas que literalmente enchem e paralisam os principais corredores urbanos nos horários de pico.

As ligações entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o principal polo hoteleiro internacional, atualmente na região da Berrini, passam pelas avenidas Marginais, permanentemente lotadas e congestionadas, da mesma forma que o Corredor Norte-Sul, que faz o acesso ao Aeroporto de Congonhas.
Por estar tão próxima aos municípios vizinhos, a capital só pode analisar seu sistema viário se englobar também a escala metropolitana e regional. O transporte público conta com uma imensa estrutura de linhas de ônibus com mais de 14 mil veículos, além de metrô e trens, todos conectados pelo sistema de interligação EMTU. Apesar dos investimentos realizados recentemente pelo governo estadual, a rede de trens e metrô ainda está longe de atender adequadamente à população da Região Metropolitana.
No momento está em curso um ambicioso programa de expansão da rede de metrô e de modernização do sistema de trens urbanos, com o objetivo de constituir-se uma única malha de transportes integrados que terá o padrão de qualidade do metrô. Sistemas de VLPs e VLTs, ciclovias e ônibus comuns complementariam a rede.
Em outra frente, o governo federal trabalha para agilizar uma rede de trens de alta velocidade, que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro, com conexão a Campinas, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Viracopos, e passando pela cidade de São José dos Campos, importante polo tecnológico e industrial do país. O governo promete realizar a licitação ainda em 2009, com a perspectiva de que o sistema já esteja em operação até 2014, mas alguns técnicos questionam a viabilidade desse prazo.
Três terminais rodoviários (Tietê, Jabaquara e Barra Funda) integrados ao metrô complementam a infraestrutura de acesso à cidade, recebendo ônibus de todas as regiões brasileiras, Cone Sul e Bolívia. Um quarto terminal está previsto no bairro de Vila Sônia, próximo ao Estádio do Morumbi. Esta instalação terá característica de Terminal Internacional, pois receberá as linhas com origem na Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

Infraestrutura aeroportuária

Para sediar a Copa 2014, e ao mesmo tempo consolidar-se como uma “cidade mundial”, a capital paulista está empenhada na modernização de sua estrutura aeroportuária. Para tanto, a Infraero desenvolveu planos de modernização dos três aeroportos internacionais que servem a região.

As obras de modernização do Aeroporto Internacional de Congonhas, localizado na zona sul da capital, demandarão investimentos da ordem de R$ 165 milhões, e incluem: conclusão do mezanino da ala sul, nova torre de controle, recuperação das placas do pátio de aeronaves, reforma da ala norte e reforma do saguão central. A torre de controle está prevista pare entrar em operação já no próximo mês de outubro.
No Aeroporto Internacional de Guarulhos a construção do terceiro terminal de passageiros é uma das obras planejadas pela Infraero para a Copa, além da construção de saídas rápidas e a ampliação de pátios e áreas de taxiamento de aeronaves. A reforma envolverá um custo de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, com previsão de entrega da primeira etapa de obras em 2011 e conclusão final em 2014.
O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, a 100 km de São Paulo, passará a ser o principal articulador da malha aeroviária brasileira, segundo os planos da Infraero para 2014. O projeto está avaliado em 2,8 bilhões e compreende uma segunda pista de pouso e decolagem (conclusão prevista para 2013) e a construção da primeira parte do novo terminal de passageiros, que será finalizado somente em 2015.

Desafios de São Paulo para a Copa

O maior e principal desafio para a cidade de São Paulo envolve os problemas de acesso e mobilidade. A cidade pode e deve aproveitar o momento da Copa para desenvolver projetos de sistemas de transporte e atrair investidores privados. Para o evento de 2014, o desafio é construir a tempo a linha de trem rápido São Paulo-Rio-Campinas. Mas o principal legado da Copa seria a constituição de sistemas de transporte de massa na Região Metropolitana.

Um segundo ponto envolve a exposição que a cidade terá durante a Copa, permitindo que São Paulo se consolide como um centro mundial de negócios, especialmente nas áreas de serviços de tecnologia da informação, exploração marítima de petróleo, transformação de carnes e biocombustíveis, entre outras. O principal “gargalo” para esse objetivo são as instalações para abrigar megafeiras, exposições e congressos internacionais.
O complexo do Anhembi pode ser considerado acanhado, diante das grandes feiras como as de Milão, Frankfurt, Nova York ou Barcelona. Apenas para abrigar a Conferência Internacional da Fifa, que acontece simultaneamente à abertura da Copa, será necessário um plenário para pelo menos 5.000 congressistas, ainda inexistente em São Paulo. A prefeitura da cidade já tem um projeto para a implantação de um complexo de grande porte em Pirituba, zona norte da cidade, e a implantação desse equipamento até 2013, é um dos principais desafios de São Paulo para sediar a Copa 2014.
Um terceiro desafio, que poderá ser um legado pós-Copa, envolve a resolução dos problemas de degradação urbana no centro da cidade e que exige tanto investimentos em projetos de urbanização e paisagismo, como o maior rigor nas áreas de limpeza pública e assistência social. Ainda cabe destacar a necessidade de melhorar a qualidade do ambiente construído e enfrentar o problema da poluição dos três principais rios que cortam a cidade, o que demanda investimentos pesados em saneamento.


Evento do Sinaenco em São Paulo

"Mobilidade Urbana e Infraestrutura para 2014: São Paulo no PAC da Copa" foi como se chamou o evento realizado pelo Sinaenco, no dia 26 de agosto de 2009, em São Paulo. Este tema concentrou todo o debate do 8º Encontro da Arquitetura e da Engenharia Consultiva de São Paulo, que reuniu especialistas e autoridades interessados em refletir sobre problemáticas como: mobilidade urbana e infraestrutura para 2014; planejamento de São Paulo para a Copa de 2014; o desafio da construção e modernização das arenas brasileiras; e perspectivas de oportunidades de negócios para os setores de engenharia e arquitetura, que surgirão com a realização da Copa no país.

Quem participou
Marcelo Branco – Secretário de Infraestrutura Urbana e Obras do Município de São Paulo
Caio Luiz de Carvalho – Presidente da São Paulo Turismo
Ruy Ohtake – Titular do escritório Ruy Ohtake Arquitetura e Urbanismo
Vladimir Rioli – Presidente da Pluribank – Engenharia Financeira e Societária
Eduardo Castro Mello – Sócio da Castro Mello Arquitetos
Ailton Brasiliense – Presidente da ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos
Jurandir Fernandes – Diretor-Presidente da Emplasa – Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano
Roberto Scaringella – Presidente da Connection Tecnologia Ltda
Adalberto Febeliano – Diretor de Relações Institucionais da VoeAzul Linhas Aéreas
João Alberto Manaus – Presidente do Sinaenco/SP
Russell Ludwig – Vice-Presidente do Sinaenco/SP
José Roberto Bernasconi – Presidente do Sinaenco
Orlando Silva – Ministro dos Esportes
Alberto Goldman – Vice-Governador de São Paulo
Walter Feldman – Secretário de Esportes do Município de São Paulo
Rogério de Paula Tavares – Superintendente Nacional de Saneamento e Governo da Caixa Econômica Federal
Julio Lopes – Secretário dos Transportes do Rio de Janeiro
Pedro Pereira Benvenuto – Secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo
José Luiz Portella – Secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo
Paulo Jurandir Fernandes – Diretor-Presidente da Emplasa
Ralph Lima Terra – Vice-Presidente da ABDIB
Paulo Safady Simão – Presidente da CBIC
Jorge Hori – Consultor do Sinaenco
Rodrigo Prada – Assessor de Comunicação do Sinaenco



São Paulo em números
População:
 11 milhões
(estimativa IBGE, julho/2008)
Área: 1.522 km2
Densidade: 7.216,3 hab/km2
IDH: 0,841
(PNUD, 2000)
PIB: R$ 282,8 bilhões
(IBGE/2006)
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Cidades-Sedes : Desafio Para Salvador


Salvador, a primeira capital do Brasil, foi fundada em 1549 à beira da Baía de Todos os Santos. Sua região metropolitana, conhecida como Grande Salvador, tem 3.767.902 habitantes, o que a torna a mais populosa do Nordeste e 5ª do Brasil.
A cidade ostenta inúmeros “cartões-postais”, como o Pelourinho, o Farol da Barra e a Igreja do Bonfim, e belíssimas praias, além de atrações culturais e gastronômicas. O entorno também é rico em opções para os visitantes, como as rotas turísticas do Dendê e do Descobrimento, a Chapada Diamantina e os Lagos do São Francisco.
A religião também tem papel importante no cotidiano dos moradores e visitantes. Salvador é conhecida como a cidade das 365 igrejas, uma para cada dia do ano, e exemplo de sincretismo religioso, marcado pela mistura entre o catolicismo e crenças vindas da África junto com os escravos, como o candomblé.



Os estádios de Salvador

Salvador conta com três estádios: o Otávio Mangabeira, conhecido como Fonte Nova; o Manuel Barradas, chamado Barradão; e o Roberto Santos, em Pituaçu, em meio a uma reserva ecológica. Mas nenhum está equipado para receber as partidas da Copa.


O Governo da Bahia pretende reformar o estádio da Fonte Nova com investimentos públicos e privados. Na apresentação de sua candidatura à cidade-sede, Salvador anunciou que o estádio seria concluído em 2011 e contaria com 44.100 lugares. O problema da proposta é a sustentação econômica do estádio após o fim da Copa, já que a receita não poderá depender apenas do esporte em função do baixo valor dos ingressos. A arena deverá ser multiuso, com estrutura para receber shows musicais e outros eventos culturais, a fim de dar retorno financeiro e viabilizar sua manutenção.
Perspectiva com o Fonte Nova em dia de jogo (crédito: Divulgação)


Potencial turístico


Salvador é uma das cidades favoritas para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 por reunir as condições de elevado potencial turístico e esportivo. No entanto, há muito trabalho pela frente para adequar-se às exigências da Fifa. Além de não contar com uma arena bem equipada para receber as partidas, a cidade tem problemas de mobilidade urbana.


O evento seria uma oportunidade para a revitalização do centro histórico e do entorno do novo estádio, além de recuperar a infraestrutura hoteleira e a orla e reduzir os problemas de segurança e falta de mão-de-obra no mercado do turismo. Tudo depende apenas de formular e desenvolver estratégias eficazes para garantir um fluxo continuado e crescente do turismo internacional, com estabilidade de negócios e de empregos.



Infraestrutura hoteleira

O estádio da Fonte Nova fica muito próximo do porto, permitindo que eventuais torcedores fiquem hospedados em navios.

Há reações contrárias do setor hoteleiro a esse esquema, que concorreria com os seus estabelecimentos. Mas, além disso, os meses de junho e julho, quando acontece a Copa, é período de baixa temporada no Brasil e geralmente os navios de cruzeiro operam no Mediterrâneo.


Mobilidade e acessibilidade

A principal carência na infraestrutura urbana está na mobilidade. O sistema viário estrutural promoveu a ocupação de áreas adjacentes, o que acaba levando os veículos para as vias principais, gerando enormes congestionamentos nos horários de pico. Somado a isso está a situação precária do sistema coletivo.

Para atender ao fluxo de pessoas que convergirão para a arena da Fonte Nova, o Governo da Bahia prevê um plano de investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão. A linha 1 do metrô, já existente, será ampliada e deverá atingir a capacidade de 250 mil passageiros/dia, com intervalos de três minutos entre os trens. A linha 2 do metrô vai interligar o aeroporto, o polo hoteleiro e o centro da cidade, e, quando finalizada, deve aliviar o tráfego das rodovias BA 093 e BR 324.
Também está prevista a reestruturação da rede atual de percursos do Sistema de Transporte Público de Salvador e a realocação de estacionamento públicos e privados. O trem suburbano deverá ser prolongado até Campo Grande, dando acesso também ao Terminal Turístico Portuário de Salvador. Haverá ainda a execução de passarelas e viadutos.


Infraestrutura aeroportuária

O Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães está situado em área com mais de 6 milhões m2, entre dunas e vegetação nativa, e responde por mais de 30% da movimentação de passageiros do Nordeste.

Diariamente, cerca de 35 mil pessoas circulam pelo terminal de passageiros do aeroporto. Mais de 16 mil empregos, diretos e indiretos, são gerados para atender a uma média diária de mais de dez mil passageiros, 262 pousos e decolagens, 249 voos domésticos e 13 internacionais.


Desafios e oportunidades

O maior desafio de Salvador para a Copa de 2014 é equacionar a sustentabilidade do novo estádio projetado com a grave desigualdade social da cidade. A Região Metropolitana de Salvador é aquela que apresenta o maior nível de desigualdade social, dentro do país, com a convivência de unidades com IDH de 0,971 e outras de 0,652.

Salvador precisa de um estádio de grande porte, como o projetado com a reforma do Fonte Nova, mas enfrenta a contradição dos preços dos ingressos. Para a viabilidade econômica da nova arena é preciso que os ingressos de jogos tenham preços acima de R$ 30,00, o que parece ser impraticável para a economia da cidade.
Outro desafio é o da mobilidade urbana. Os gargalos no sistema viário fazem com que as grandes avenidas se tornem “represas de veículos em marcha lenta”, com grandes congestionamentos nos horários de pico. Há necessidade de um grande investimento em sistemas de transportes coletivos de média e alta capacidade, para os quais existem estudos, mas não projetos executivos.


Evento do Sinaenco em Salvador

O seminário “Desafios da Bahia para a Copa de 2014” reuniu quase cem pessoas para discutir os benefícios trazidos pelo Mundial, e como a Bahia deverá adequar-se às exigências da Fifa com melhor mobilidade urbana e infraestrutura turística. O evento aconteceu no dia 8 de maio de 2008, no auditório da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.


Quem participou
Claudemiro Santos Junior – Presidente do Sinaenco/BA
José Roberto Bernasconi – Presidente do Sinaenco
Rafael de Vasconcellos – Chefe de Gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia
Jorge Hori – Consultor do Sinaenco
Rodrigo Prada – Assessor de Comunicação do Sinaenco

Salvador em números 
População:
 2.948.733
(estimativa IBGE/2008)
Área: 706,799 km2
Densidade: 4.171,95 hab/km2
IDH: 0,805
(PNUD, 2000)
PIB: 22,14 bilhões
(IBGE/2005)
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Cidades-Sedes : Desafio Para Rio de Janeiro


Principal “cartão-postal” do país, antiga capital do país, e segunda maior cidade do Brasil, o Rio de Janeiro é uma candidata natural a sediar o jogo final da Copa 2014. Sede da Confederação Brasileira de Futebol, conta com o Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, templo mundial do futebol.



Reforma do Maracanã

O Maracanã foi inaugurado em 1950, quando o Brasil sediou pela primeira vez a Copa do Mundo. Para a Copa 2014, entre outras adaptações, será construída uma nova cobertura. O projeto prevê ainda a construção de um prédio para estacionamento, acima das linhas da Supervia e do metrô, com cerca de 3.500 vagas. O custo previsto da reforma é de R$ 460 milhões.

Segundo o estudo do Sinaenco, o Maracanã precisaria corrigir a visibilidade prejudicada nas primeiras fileiras atrás das cabines; refazer o acesso para portadores de necessidades especiais, hoje com dimensões insuficientes; e reformar os sanitários.
O governo do Estado do Rio está realizando licitação para concessão do Maracanã por meio de Parcerias Público Privadas (PPPs) ainda em 2009. O projeto pode ir além da reforma do estádio, incluindo a requalificação da Quinta da Boa Vista e do Museu de São Cristóvão, além da reurbanização e revitalização dos bairros Maracanã e Tijuca.
O Engenhão, Estádio Olímpico João Havelange, concluído em 2007 para o Pan, tem capacidade para 45 mil pessoas. Como foi concluído recentemente atende aos requisitos da Fifa e servirá como centro de treinamento para a Copa. Porém, foi construído em uma região distante e deteriorada da cidade e precisa ter sua acessibilidade equacionada.
Estádio do Maracanã: vista aérea atual e perspectivas artísticas (crédito: Arquivo Sinaenco)


Bonito por natureza

O turismo é grande fonte de recursos do estado. O Rio de Janeiro é o principal destino turístico do Brasil (31,5%), e a atividade corresponde a 15% do PIB do estado, gerando R$ 45 bilhões por ano.


A “cidade maravilhosa” tem tradição de hospitalidade e infraestrutura hoteleira preparada para receber grande quantidade de turistas nacionais e estrangeiros. Sua rede hoteleira possui 22.500 quartos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), há 19 projetos de novos hotéis em construção, que devem ficar prontos a partir de 2011 e devem aumentar a capacidade hoteleira em 3.885 mil novos leitos.
Além disso, a cidade está acostumada com a organização de eventos de grande porte, sejam esportivos ou de lazer, a exemplo do Carnaval, mundialmente famoso. A capital promove ainda a maior Fan Fest do mundo, o seu reveillon na praia, que atualmente reúne mais de 2 milhões de pessoas.

Experiência em eventos esportivos

O Rio de Janeiro tem um largo currículo de organização de eventos internacionais esportivos de grande porte. A cidade organizou com sucesso os Jogos Panamericanos, em 2007, considerado uma das melhores versões entre todos os realizados no mundo. Há, porém, controvérsias em relação à extrapolação dos gastos. O legado deixado pelo evento se limitou à construção dos equipamentos, mas o Pan trouxe para o país 5.600 atletas e movimentou um público de 1,3 milhão de pessoas nos jogos, com audiência televisiva superior a 1 bilhão de telespectadores no país, em mais de 850 horas de transmissão.

As melhorias trazidas pelo Pan não chegaram à infraestrutura urbana, já que o desenvolvimento imobiliário nas áreas próximas aos equipamentos não deslanchou. Algumas obras estruturais prometidas ou previstas, antes dos Jogos, ainda não foram concluídas, ou sequer iniciadas. Mas a vinda do Pan deu à cidade a esperança de receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Maior desafio: mobilidade urbana

Para sediar a Copa 2014 o Rio de Janeiro terá como maior desafio a melhoria da infraestrutura para acessibilidade às áreas de expansão urbana, como a Barra de Tijuca; contar com transporte de alta capacidade entre o aeroporto internacional e os principais locais de destino; investir em sistemas de transporte e segurança pública; acelerar a ligação terrestre rápida a São Paulo, entre outros.

As exigências da Fifa em relação aos sistemas de transportes coincidem com algumas ações iniciadas pelo governo do Rio, como as obras do Arco Metropolitano, com 145 km, que integra os eixos rodoviários; a Via Light, que interligará o subúrbio do Rio com a região metropolitana de Nova Iguaçu; os corredores expressos de ônibus; e a expansão e modernização do metrô.
Todas as ações previstas na candidatura do Rio de Janeiro à sede das Olimpíadas de 2016 estão conectadas com as da Copa 2014.

Investimentos em infraestrutura

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previu investimentos da ordem de R$ 4 bilhões no Rio de Janeiro, incluindo três eixos: logística (rodoviária, ferroviária, portuária, hidroviária e aeroportuária); energética (geração e transmissão de energia elétrica, petróleo, gás natural e energias renováveis) e social e urbana (Programa Luz para Todos, saneamento, habitação, metrôs, recursos hídricos).

O governo federal prevê investimentos de R$ 38,5 bilhões em mobilidade urbana. Deste total, R$ 15,3 bilhões serão destinados à construção de 550 km de linha férrea do trem-bala, ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. Outros R$ 5 bilhões estão destinados à cidade do Rio, para investimentos em corredores de ônibus, metrô, acessibilidade aos estádios, aeroportos, entre outros.
Em relação ao metrô, a Secretaria Estadual de Transportes do Rio de Janeiro já realizou uma audiência pública para a ampliação de suas linhas. O novo projeto tem 13,5 km e seis estações, e deverá cruzar a Zona Sul da cidade, transportando cerca de 200 mil passageiros/dia por seis estações.

Urbanização e meio ambiente

As ações do PAC no Rio de Janeiro contemplam ainda a urbanização das favelas do Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos, do Morro da Providência, da Rocinha e Cantagalo/Pavão–Pavãozinho. Espera-se que as obras promovam um crescimento econômico nessas áreas, gerando trabalho e renda para os moradores.

Além disso, importantes projetos ambientais serão implementados com vistas à Copa 2014 e às Olimpíadas de 2016, como a proteção do sistema lagunar de Jacarepaguá e da Lagoa Rodrigo de Freitas; a melhoria e recuperação dos parques naturais; monitoramento da qualidade do ar, da água e das praias; a balneabilidade de praias e lagoas; e o controle de enchentes no entorno do Maracanã. Todas as construções deverão atender aos requisitos de preservação ambiental. O transporte prevê medidas de baixa emissão de carbono veicular e serão implementados programas de coleta seletiva e manejo de lixo.

Infraestrutura aeroportuária

Aeroporto do Galeão

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Antonio Carlos Jobim vem passando por reformas desde março de 2008. A principal delas foi a renovação de sua pista principal, concluída em junho de 2008. Outras obras já estão em fase de conclusão, tais como a reforma dos sanitários, polimento do piso de granito, substituição do teto rebaixado, e modernização do Sistema Informativo de Voo, entre outras.


Santos Dumont: legado do Pan 2007

Recentemente ampliado, o Aeroporto Santos Dumont atende a apenas voos regionais. O projeto de reforma foi idealizado e concluído para o Pan 2007, e contemplou a ampliação da área de embarque em mais de mil m2. Segundo a Infraero, o local que antes comportava 1,8 milhão de passageiros/ano agora tem capacidade para oito milhões de passageiros/ano.


Desafios do Rio para 2014

A atenção trazida pela Copa pode se muito interessante para o turismo do Rio, mas também pode evidenciar os problemas da cidade. A capital apresenta uma grande desigualdade social, visível pelos morros cobertos de favelas, e um grande índice de violência, inclusive contra turistas. Para receber o grande número de visitantes que o Mundial atrai, um dos principais focos de atenção da cidade deve ser a segurança pública.

Outros desafios da capital são equacionar a oferta de estacionamentos, em bolsões e serviço de “shuttle” (a exemplo da Fórmula 1, em São Paulo), melhorar a acessibilidade aos polos hoteleiros e ampliar e melhorar a capacidade do sistema aeroportuário e portuário; e implantar sistema de transporte rápido entre os aeroportos cariocas e destes com os de São Paulo.


Evento do Sinaenco no Rio de Janeiro

Mais de 100 pessoas estiveram reunidas no Rio de Janeiro no debate sobre os desafios da cidade para sediar a Copa de 2014, dia 9 de dezembro de 2008 na sede do Clube de Engenharia. Investimentos em transportes, modernização das arenas e experiência da cidade com eventos esportivos foram a tônica do encontro.

Quem participou
Marcia Beatriz Lins Izidoro – Secretária Estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro
Ronaldo Goytacaz Cavalheiro – Diretor de Atividades Técnicas do Clube de Engenharia
José Roberto Bernasconi – Presidente Nacional do Sinaenco
Rodrigo Meirelles Sigaud – Presidente do Sinaenco/RJ
Waldir Peres – Superintendente da Agência Metropolitana de Transportes Urbanos (AMTU)
Rubens Lopes da Costa Fº – Presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro
Bruno Contarini – Conselheiro do Clube de Engenharia
Gilson Ramos dos Santos – Arquiteto autor do projeto do Engenhão Affonso
Augusto Canedo – Gerente de contratos da Prefeitura do Rio
Marcelo Néri – Trata Brasil/FGV
Eli Canetti – Gerente de Projetos Especiais do Metrô Rio
Roseli Vilela Giampietro – Diretora da Embratel
Ruy Cezar Miranda Reis – Secretário Especial para a Copa do Mundo
Jorge Hori – Consultor do Sinaenco





Rio de Janeiro em números


População: 6,161 milhões
(estimativa IBGE, julho/2008)

Área: 1.264,296 km2
Densidade: 5.190,5 hab/km2
IDH: 0,816
(PNUD, 2000)

PIB: R$ 128 bilhões
(IBGE/2006)
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Cidades-Sedes : Desafio Para Recife


Recife foi fundada em 1537, na região chamada Arrecife dos Navios. Apelidada de “Veneza brasileira”, é cercada por rios – situa-se no local onde o Beberibe e o Capibaribe se encontram – e cortada por pontes, incluindo a mais antiga do país, a ponte Maurício de Nassau, de 1640.
Seus atrativos são muitos, tanto para turistas brasileiros como estrangeiros: além das praias, como a famosa praia urbana de Boa Viagem, a cidade é conhecida por suas manifestações culturais, como o Carnaval, ao ritmo do frevo, e a festa de São João. O Galo da Madrugada, que pleiteia ser a maior agremiação carnavalesca do mundo, recebe a cada ano cerca de dois milhões de pessoas, mais do que toda a população da capital.
Sua Região Metropolitana compreende, além da capital, quatorze cidades do Grande Recife, como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata, abrigando quase 4 milhões de pessoas. A região é limitada por 110 km de praias conhecidas internacionalmente, como Porto de Galinhas, onde estão instalados luxuosos hotéis e resorts.
Na área de transportes, a capital pernambucana possui uma frota de aproximadamente 4.600 ônibus, que serve diariamente a 1,7 milhão de pessoas, além do metrô do Recife (Metrorec), que transporta 180 mil passageiros por dia.



Um estádio, uma cidade para a Copa

Recife quer construir uma nova infraestrutura esportiva para receber a Copa. A cidade tem tradição e potencial esportivo e poderá viabilizar economicamente – em termos privados – o empreendimento, desde que o empreendedor consiga convencer os principais times (Sport e Náutico) a realização dos jogos no
novo estádio e não nos seus próprios. Em favor dessa alternativa há uma regra em gestação na CBF que, se for aprovada, obrigará a realização dos jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil em estádios padrão Fifa, após 2014.
Perspectiva da futura cidade da Copa (crédito: Comitê Pernambuco na Copa)

O projeto Cidade da Copa é um empreendimento ambicioso, que busca juntamente com um estádio promover uma operação urbana numa área de expansão, agregando uma estação de metrô e terminal integrado de passageiros nas proximidades, o que assegura maior acessibilidade aos jogos.
O projeto é viável e potencializaria o futebol pernambucano. Por exemplo, o jogo da Ilha do Retiro, de 12 de maio de 2009, entre Sport e Palmeiras, reuniu 28.487 pagantes, com uma renda de R$ 946.690,00, o que resulta um ingresso médio de R$ 33,23. Com um estádio maior, seria possível acolher mais espectadores, oferecendo preços mais acessíveis e, mesmo assim, obter maior renda.

Infraestrutura para o turismo

Informações da Secretaria de Turismo do município
indicam que grandes redes hoteleiras já apresentaram planos de expansão na cidade. A previsão é que a conclusão das novas unidades hoteleiras vá até 2011, com a construção de três empreendimentos no Recife e um em Petrolina, no interior do estado. Com a chegada dos novos hotéis, mais de 700 novos leitos estarão disponíveis na cidade.



Aeroporto

O Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre tem capacidade para atender a cinco milhões de passageiros/ano, e dispõe de 64 balcões de checkin. Há 2.120 vagas de estacionamento para os usuários do equipamento. Dados da Infraero informam que o aeroporto de Recife é o segundo mais movimentado do Norte e Nordeste do país. Para adequá-lo à Copa, a Infraero elaborou um plano de modernização, a ser iniciado a partir de fevereiro de 2010, envolvendo investimentos da ordem de R$ 8,75 milhões.


Desafios do Recife para a Copa

O principal desafio é o de viabilizar ambiental e urbanisticamente a “nova cidade”, a Cidade da Copa. Econômica e empresarialmente o projeto seria viável, desde que se convença os dois principais clubes da cidade – Sport e Náutico – a jogarem no novo estádio.

Por fim, mas não menos importante: como sede da Copa, Recife terá que melhorar toda a sua infraestrutura urbana.


Evento do Sinaenco em Recife

Especialistas e autoridades se reuniram no dia 14 de agosto de 2008, no Recife Palace Hotel, em um evento que discutiu os desafios da cidade do Recife para se adequar às regras da Fifa. Questões como turismo, segurança e formas de viabilizar economicamente o evento foram foco deste evento. Uma nova reunião foi realizada em 6 de maio de 2009 na sede da regional da entidade, e teve como tema principal o projeto Cidade da Copa

Quem participou
Nelson Pereira – Secretário Especial de Esportes de Pernambuco Hélio Gurgel, Presidente da CPRH – Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
José de Souza Brandão Neto – Secretário Executivo de Operações Urbanas / Prefeitura do Recife e Prefeitura de Olinda
Milton Botler – Assessor Técnico da Secretaria de Planejamento do Recife
Oswaldo de Lima Neto – Secretário de Planejamento Urbano, Transporte e Meio Ambiente de Olinda
Carlos Alberto Gomes de Oliveira – Presidente da Federação Pernambucana de Futebol
João Caixero – Assessor da FPF
Pedro de Paula Barreto – 2º Vice-Presidente da FPF
Ailton Alfredo de Souza – Juizado do Torcedor – JPE
Pedro Lapa – Diretor de Gestão do Desenvolvimento do BNB
Marcos José Maia Borges – Gerente Regional de Negócios da CEF
Humberto Vianna – Secretário Executivo de Ressocialização
Servilho Silva Paiva – Secretário de Defesa Social de Pernambuco
Ângelo Fernandes – Polícia Federal
Joana Chaves – Assessora do Gabinete da Empetur – Empresa de Turismo de Pernambuco
Abel de Oliveira – Presidente do Sinaenco/PE
Ilo Leite – Vice-Presidente do Sinaenco – PE
José Roberto Bernasconi – Presidente do Sinaenco
Antonio Rolim – Diretor Executivo do Sinaenco




Recife em números


População: 1.549.980
(estimativa IBGE, julho/2008)

Área: 217.494 km2

Densidade: 7.126,5 hab/km2

IDH: 0,797
(PNUD, 2000)

PIB: R$ 18,3 bilhões
(IBGE/2006)
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